
Atlético pressiona, mas empata com São Paulo no Brasileirão
Atlético e São Paulo ficaram no empate sem gols neste domingo (6), em partida válida pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, disputada no estádio Mineirão, em Belo Horizonte. O time mineiro criou as melhores oportunidades ao longo do jogo, mas parou em noite inspiradíssima do goleiro Rafael, que salvou o Tricolor Paulista em diversas ocasiões.
Domínio alvinegro, mas sem eficácia
A equipe comandada pelo técnico Cuca teve a bola nos pés durante a maior parte do jogo. Mostrou consistência tática, ocupou bem os espaços e pressionou com intensidade, principalmente na etapa complementar. No entanto, o Galo pecou nas finalizações e esbarrou em uma atuação quase sobrenatural do goleiro são-paulino, que protagonizou defesas de alto nível técnico.
Primeiro tempo morno, com VAR decisivo
O início de partida foi marcado por equilíbrio e poucas emoções. O Atlético tentou impor o ritmo, mas não conseguiu transformar a posse de bola em jogadas agudas. Aos 20 minutos, Tomás Cuello arriscou de fora da área com um belo chute, mas a bola saiu à esquerda do gol.
Pouco antes, o São Paulo chegou a balançar as redes com André Silva, mas o árbitro de vídeo identificou impedimento claro na origem da jogada, anulando o lance. A defesa atleticana, comandada por Lyanco e Alonso, se manteve sólida nas investidas adversárias.
Rafael cresce e frustra os planos do Galo
Na etapa final, o Atlético voltou ainda mais ofensivo. Bernard e Rubens entraram em campo logo no intervalo para dar mais dinamismo e intensidade. E o resultado das alterações foi sentido imediatamente: com maior volume de jogo, o Galo encurralou o adversário.
Logo aos 4 minutos, Arana cruzou forte para Rony, que dominou no peito e finalizou com pouco ângulo. Rafael fez a primeira de muitas defesas difíceis. Aos 12, Rony tentou uma bicicleta, mas a zaga desviou para escanteio.
Aos 20, veio o lance mais perigoso: Hulk, mesmo marcado de perto, rolou para Rony, que se atrapalhou. Na sobra, Gustavo Scarpa bateu forte de canhota, obrigando Rafael a espalmar no reflexo. O goleiro voltaria a brilhar em seguida, após cabeceio venenoso de Alonso.
Goleiros decidem em momentos cruciais
Enquanto Rafael se destacava debaixo das traves, Everson também foi exigido e respondeu à altura. Aos 28, fez uma defesa impressionante em finalização à queima-roupa. O jogo, que até então parecia caminhar para um 1 a 0 para qualquer lado, seguiu equilibrado.
Hulk ainda tentou surpreender em cobrança de falta de longa distância, mas Rafael, outra vez, salvou com segurança. O goleiro são-paulino coroou sua noite com uma intervenção milagrosa aos 42 minutos, ao defender uma cabeçada frontal de Lyanco, após cruzamento açucarado de Scarpa.
Polêmicas e expulsões nos minutos finais
A reta final do duelo foi quente. O atacante Calleri foi expulso após revisão do VAR, que flagrou uma cotovelada no rosto de Alonso em uma disputa aérea. Com um a mais, Cuca lançou Igor Gomes, buscando aproveitar a superioridade numérica.
Mesmo com alterações ofensivas e o apoio da torcida, o Galo não conseguiu furar a última linha defensiva do São Paulo. Para piorar, Lyanco acabou expulso nos acréscimos, ao cometer falta dura e receber o segundo cartão amarelo.
Arbitragem e público no Mineirão
O árbitro Ramon Abatti Abel (SC) teve atuação firme, principalmente nos lances revistos pelo VAR. O Mineirão recebeu 28.415 torcedores, que saíram frustrados com o resultado, mas reconheceram o esforço da equipe.
A renda da partida foi de R$ 1.507.606,50, refletindo o bom engajamento da torcida atleticana mesmo com o placar em branco.
Próximos compromissos do Atlético
Com o empate no Brasileirão, o Atlético volta suas atenções para a Copa Sul-Americana. O próximo desafio é nesta quinta-feira, 10 de abril, às 21h30, novamente no Mineirão. O adversário será o Deportes Iquique, pela segunda rodada da fase de grupos.
Já pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro, o Galo enfrentará o Vitória, no domingo seguinte, às 20h30, também em casa. O foco é conquistar a primeira vitória na Série A e embalar na temporada.
Destaques individuais e desempenho tático
Rafael: a muralha tricolor
O nome do jogo, indiscutivelmente, foi o goleiro Rafael. Com reflexos rápidos, leitura precisa dos lances e muita frieza, o arqueiro do São Paulo impediu ao menos quatro gols certos do Atlético. Sua atuação foi a principal razão do placar permanecer zerado.
Gustavo Scarpa e Hulk: criatividade e garra
Pelo lado do Galo, Gustavo Scarpa foi o cérebro da equipe. Distribuiu bem as jogadas, buscou o jogo com intensidade e quase deixou sua marca. Hulk também teve boa movimentação, abrindo espaços e atraindo a marcação, embora tenha finalizado menos do que de costume.
Sistema defensivo sólido
Apesar da expulsão de Lyanco no fim, o sistema defensivo atleticano funcionou bem durante toda a partida. Alonso esteve seguro nas antecipações e Natanael, enquanto esteve em campo, mostrou vigor nos duelos individuais.
Análise tática: o que funcionou (e o que não)
Posse de bola sem penetração
O Atlético teve domínio territorial e mais de 60% de posse ao longo do jogo, mas ainda peca na construção das jogadas em profundidade. A troca de passes foi eficiente até o terço final do campo, mas faltou capricho nas finalizações e mais aproximação entre os meias e o centroavante.
Trocas de Cuca melhoram o time
As substituições feitas por Cuca no intervalo surtiram efeito, principalmente a entrada de Bernard, que deu mais cadência ao setor criativo. Com ele e Scarpa juntos, o time ficou mais leve. Rubens, com chegada forte ao ataque, também ajudou a povoar a área rival.
São Paulo recua, mas segura
Já o São Paulo mostrou uma proposta clara: fechar os espaços e buscar contra-ataques rápidos. Embora não tenha oferecido grande perigo ao longo dos 90 minutos, a equipe paulista mostrou maturidade para suportar a pressão mineira e saiu com um ponto importante fora de casa.
Repercussão e clima no vestiário
Após o apito final, jogadores do Atlético saíram de campo lamentando as chances desperdiçadas, mas cientes da boa atuação coletiva. Hulk destacou o volume ofensivo da equipe e evitou críticas à arbitragem.
Do lado tricolor, o técnico Zubeldía valorizou a entrega do time, principalmente no setor defensivo. Ele elogiou a atuação de Rafael e afirmou que o empate “foi justo pelo esforço e dedicação tática do grupo”.
Empate com sabor amargo para o Galo
O Atlético fez por merecer a vitória, mas não conseguiu converter o volume de jogo em gols. A atuação foi consistente, com destaque para a intensidade no segundo tempo, porém, novamente, a falta de eficiência nas finalizações cobrou seu preço. Já o São Paulo, mesmo acuado, leva um ponto precioso para a capital paulista, sustentado por uma exibição memorável de seu goleiro.
Para o Galo, fica a lição de que volume de jogo precisa ser acompanhado de efetividade. A equipe agora volta suas atenções para a Sul-Americana, onde terá novo desafio diante de sua torcida, buscando reencontrar o caminho das vitórias.
FIcha Técnica: Atlético X São Paulo
Data: 6/4 – domingo
Horário: 16h
Local: Estádio Mineirão, Belo Horizonte
Campeonato: Campeonato Brasileiro 2025 (2ª rodada)
Público: 28.415
Árbitro: Ramon Abatti Abel – SC
Renda: R$ 1.507.606,50
Cartões amarelos: Ferreirinha, André Silva, Alan Franco (São Paulo)
Cartões vermelhos: Lyanco (Atlético); Calleri, Luiz Zubeldía (Técnico do São Paulo)
Atlético:
Everson; Natanael (Saravia), Lyanco, Júnior Alonso (Igor Gomes) e Guilherme Arana; Alan Franco, Gabriel Menino (Rubens) e Gustavo Scarpa; Cuello (Bernard), Hulk e Rony (Júnior Santos).
Técnico: Cuca
São Paulo:
Rafael; Ferraresi, Arboleda, Alan Franco, Cédric Soares (Ruan); Marcos Antônio Alisson, Wendell (Enzo); Luciano (Alves) André Silva (Calleri), Ferreirinha (Lucas Ferreira).
Técnico: Luiz Zubeldía.
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Fonte: Balcão News