
Endividamento em BH recuou, segundo Fecomércio-MG
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e verificada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG, o nível de endividamento das famílias de Belo Horizonte registrou uma queda de 0,5 ponto percentual em relação a novembro, alcançando a pontuação de 90,8.
Por outro lado, a inadimplência apresentou um nível de aumento de 0,2 ponto percentual, alcançando 56,3% das famílias da capital.
Entre os entrevistados, 39,4% consideram-se pouco individualizados, 34,9% afirmam estar mais ou menos individualizados e 16,6% se dizem muito individualizados. O endividamento é mais alto entre as famílias com renda de até 10 intervalos mínimos, atingindo 92,0%.
O cartão de crédito continua sendo o principal fator de alienação em Belo Horizonte, representando 93,9% das dívidas. Em seguida, aparecem carnês, financiamentos de veículos e crédito pessoal. O percentual de famílias com dívidas em atraso chegou a 56,3%, um aumento de 0,2 ponto percentual
Consumidores que não conseguirão quitar as dívidas em janeiro de 2025 se manteve estável aos 27,2%.
Os consumidores que se consideram pouco endividados constituíram maioria entre os entrevistados com 39,4%. Os que se consideram mais ou menos endividados foram 34,9% e os muito endividados somaram 16,6%. O nível de endividamento das famílias com renda igual ou até 10 salários é de 92,0%.
Entre as famílias com renda acima daquela faixa, o endividamento é menor, chegando a 83,4%.
O cartão de crédito concentra o maior endividamento em Belo Horizonte com 93,9% do total, seguido de carnês, financiamento de carro e crédito pessoal. O percentual de famílias com algum tipo de dívida em atraso foi a 56,3%, aumentando 0,2 p.p. sobre novembro.
A inadimplência é maior entre as famílias com renda de até 10 salários mínimos somando 58,6% desse grupo. Para o grupo de famílias com renda acima de 10 salários, a inadimplência é mais baixa correspondendo a 42,6% do total. De acordo com a Peic, 61,9% dos endividados estão com dívidas em atraso.
As famílias que admitem que não vão conseguir pagas as dívidas em janeiro de 2025 somam 29,6% das que ganham até 10 salários mínimos e 14,9% entre aquelas de maior salário. Considerados individualmente, 48,4% dos consumidores admitem que não conseguirão quitar as dívidas em janeiro e 31,7% pagarão parcialmente. Um grupo de 19,9% quitará os compromissos financeiros totalmente.
De acordo com Fernanda Gonçalves, economista da Fecomércio MG, ” a inadimplência representa o pior panorama para a saúde financeira das famílias. “Esse cenário é extremamente prejudicial, pois restringe o acesso ao crédito e, por conseguinte, limita o poder de compra. Em dezembro, os índices permaneceram estáveis em relação a novembro, marcando 27,2%. No entanto, ao analisarmos o período de janeiro a dezembro de 2024, notamos um aumento de 16,8 pontos percentuais na inadimplência.”
Fatores como as elevadas taxas de juros que reduzem o acesso ao crédito, “a inflação que atingiu 4,83% nos últimos 12 meses, reduzindo o poder de compra das famílias e a mudança no consumo de bens para serviços por parte da população (como jogos eletrônicos e apostas – bets), além da falta de planejamento financeiro, podem estar contribuindo para o crescimento da inadimplência. Dito isso, as famílias precisam ficar atentas a esses aspectos para evitar o não cumprimento de suas obrigações relacionadas às suas obrigações financeiras e continuar tendo possibilidade de acesso a crédito” esclarece Gonçalves.
Para 51,9% das famílias, as contas pendentes ultrapassam 90 dias de vencidas sendo que, entre as famílias que ganham até 10 salários esse tempo de atraso nas contas atinge 54,3% delas.
A Peic mostra que as dívidas estão atrasadas 64,9 dias em média. O envolvimento da renda é igual ou superior a 90 dias para 82,3% das famílias entrevistadas e o tempo médio de comprometimento da renda é de 8,5 meses.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) é a principal entidade representativa do setor do comércio de bens, serviços e turismo no estado, que abrange mais de 750 mil empresas e 51 sindicatos. Sob a presidência de Nadim Elias Donato Filho, a Fecomércio MG atua como porta-voz das demandas do empresariado, buscando soluções através do diálogo com o governo e a sociedade.
Outra importante atribuição da Fecomércio MG é a administração do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas Gerais. A atuação integrada das três casas fortalece a promoção de serviços que beneficiam comerciários, empresários e a comunidade em geral, a partir de suas diversas unidades distribuídas pelo estado.
Desde 2022, a Federação tem se destacado na agenda pública, promovendo discussões sobre a importância do setor para o desenvolvimento econômico de Minas Gerais. A Fecomércio MG trabalha em estreita colaboração com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, para defender os interesses do setor em âmbito municipal, estadual e federal. A Federação busca melhores condições tributárias para o setor e celebra convenções coletivas de trabalho, além de oferecer benefícios que visam o fortalecimento do comércio.
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Fonte: Balcão News