Mototaxistas querem regulamentação da profissão em BH

Mototaxistas querem regulamentação da profissão em BH

Motociclistas que atuam no transporte de passageiros via aplicativo foram recebidos, na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) para discutir a regulamentação do serviço na capital.

O encontro reuniu, além de vereadores, representantes das plataformas Uber e 99, além da Superintendência Regional do Trabalho.

Durante o debate, um dos principais pontos discutidos foi a necessidade de um marco regulatório para garantir a segurança de passageiros e motoristas. Atualmente, um projeto de lei que regulamenta o serviço já está em tramitação na CMBH, e uma nova reunião foi agendada para daqui a 30 dias para dar continuidade às discussões.

Pablo Almeida enfatizou a importância do diálogo para evitar a suspensão do serviço. “Essa reunião é o primeiro passo para garantir que esse serviço não seja interrompido, mas, sim, regulamentado. Estamos em diálogo com a prefeitura, o Ministério do Trabalho e os colegas aqui da Câmara para fazer a regulamentação e garantir que esses trabalhadores tenham o direito de levar o seu ganha-pão para casa. Que tenham direito ao trabalho, que é uma prerrogativa básica”, afirmou.

O superintendente regional do Trabalho no Estado, Carlos Alberto Calazans, entregou aos vereadores cópia da legislação que rege o setor no município do Rio de Janeiro. O superintendente destacou entre os pontos importantes para a nova legislação a distribuição de toucas descartáveis aos passageiros, a definição de idade mínima para os condutores e restrição de circulação em vias específicas, como o Anel Rodoviário.

Plataformas e condutores

Representantes das plataformas ressaltaram a relevância econômica do serviço, apontando que ele beneficia milhões de brasileiros e pode ampliar os ganhos dos condutores em até 40%. Irina Cezar, da 99, destacou que “o mototáxi é uma concessão das prefeituras, enquanto o transporte por aplicativo não é regulado pelo poder público, e precisamos diferenciar esses serviços”.

Os motociclistas presentes reivindicaram não apenas a regulamentação, mas também melhorias na infraestrutura urbana, como recapeamento de vias e treinamento de motoristas de ônibus. “Queremos trabalhar de forma correta, mas também precisamos de condições adequadas, como vias seguras e um sistema justo de avaliação e de cobranças das plataformas”, afirmou Roberto Pinheiro, representante da categoria.

PL em tramitação

Projeto de Lei (PL) apresentado por Pablo Almeida busca viabilizar a regulamentação do serviço na cidade. Protocolado no início do mês o PL 19/2025, prevê, dentre outros pontos, que o motociclista esteja coberto por seguro de Acidentes Pessoais a Passageiros (APP) e que utilize Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados, com, no mínimo, o capacete de segurança homologado. Já as empresas operadoras devem manter sistema de monitoramento de velocidade e rastreamento em tempo real durante todo o percurso, além de oferecer treinamentos periódicos sobre normas de trânsito e responsabilidade no transporte de passageiros.

O texto está em análise na Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) e, caso obtenha o aval para prosseguir deve ser avaliado nas Comissões de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços; Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana; e Orçamento e Finanças Públicas, antes que possa ser levado ao Plenário, quando serão necessários 21 votos para a aprovação, em dois turnos.

Uma nova reunião será realizada dentro de 30 dias para continuar o debate sobre regulamentação. Outro encontro, entre o MP do Trabalho, as empresas Uber e 99 e os representantes dos motoristas de aplicativo de moto deve ser agendado para debater condições de trabalho vivenciadas pela categoria. Vereadores também devem participar do debate.

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Fonte: Balcão News

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