Nadim Donato: Educação técnica impulsiona emprego e renda – Balcao News – Notícias de BH
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Artigo: Nadim Donato (*)
O Brasil celebrou, no dia 23 de setembro, o Dia do Profissional Técnico.
Com habilidades e conhecimentos específicos em diferentes áreas, os trabalhadores com essa formação têm alta empregabilidade e remunerações atrativas, que superam, em alguns casos, profissões que exigem diploma superior. Cargos de nível técnico, em setores como comércio, saúde e serviços, por exemplo, chegam a oferecer salários iniciais de R$ 4 mil.
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Não há dúvidas de que é um caminho promissor, mas os profissionais técnicos ainda representam uma parcela pequena da força de trabalho no Brasil. De acordo com estudo Education at a Glance 2023, coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a taxa de estudantes brasileiros matriculados na educação profissional é de 11%, abaixo da média mundial, que é de 44%. O estudo analisou dados de 45 nações participantes. Isso em um mercado ávido por mão de obra qualificada.
Vivemos uma contradição: há uma crescente oferta de vagas, em diversos setores da economia. Porém, em muitos casos, não temos trabalhadores com qualificação suficiente para preenchê-las. Resultado: sobram vagas, enquanto milhões de brasileiros estão desempregados.
Para sanar esse gargalo, os brasileiros precisam valorizar mais o ensino técnico profissionalizante. Segundo dados do estudo “Retorno da Educação Técnica no Brasil: Um Estudo em Painel e Cross-Section entre 2007 e 2018”, a educação técnica é o caminho mais curto e eficaz para inserir jovens e adultos no mercado de trabalho.
O País já vem avançando nesse sentido. Isso pode ser comprovado pelo crescimento de 17% do número de matrículas em cursos profissionalizantes, nos últimos cinco anos, conforme dados do Censo Escolar de
2023. Passamos de 1,8 milhão para 2,1 milhões de matrículas, entre 2017 e 2022. Esses resultados, no entanto, ainda não são suficientes. O país precisa atingir a meta do Plano Nacional de Educação: alcançar a marca de 4,8 milhões de matrículas até o final deste ano.
Nesse cenário desafiador, o Sistema Fecomércio MG, por meio do Senac, contribui efetivamente para o desenvolvimento da educação profissional. Com cursos que atendem às novas tendências e inovações do mercado, distribuídos em áreas como gestão, saúde, segurança e informática, entre outras, esse nível de formação vem atraindo um número cada vez maior de estudantes. Em 2023, os cursos de formação técnica de nível médio, por exemplo, tiveram quase 37 mil matrículas. E, o mais importante, a grande maioria com oferta gratuita.
Por isso, é importante ressaltar as oportunidades que este tipo de formação traz a jovens e até mesmo profissionais que já atuam no mercado. Sem dúvida, é um elo forte e curto para uma projeção de carreira e não exclui o ensino superior. O conhecimento é um caminho sem volta, que se complementa. O mais importante é reconhecer e valorizar a formação técnica, que se molda nas especificações necessárias para atender ao mercado e abrir portas para um crescimento profissional exponencial.
Nadim Donato
(*) Presidente do Sistema Fecomércio MG, Sesc, Senac e Sindicatos Empresariais.
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Fonte: Balcão News