Serviço de moto por aplicativo pode ser regulamentado em BH

Serviço de moto por aplicativo pode ser regulamentado em BH

Em janeiro deste ano, trabalhadores do transporte por motocicletas via aplicativo protestaram em frente à Câmara Municipal contra um pedido da Superintendência Regional do Trabalho para suspender o serviço por 90 dias na cidade.

Eles solicitaram que a medida não fosse renovada – o que foi atendido – e reivindicaram maior segurança para a categoria na capital mineira.

Para atender a essa demanda, o vereador Pablo Almeida (PL) propôs o Projeto de Lei 19/2025, que busca o serviço comercial. Ontem, terça-feira, a Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) aprovou, em 1º turno, o parecer que considera uma proposta constitucional, legal e regimental. O PL agora seguirá para análise em três comissões temáticas antes de ser votado no Plenário.

Regulamentação e exigências

Segundo Almeida, o projeto é uma resposta às necessidades da população e visa retirar os trabalhadores da informalidade. O parlamentar defende que a proposta respeite os princípios da liberdade econômica e da livre iniciativa, além de oferecer uma alternativa de mobilidade especialmente para regiões periféricas com acesso limitado ao transporte público.

O texto do PL estabelece que o transporte remunerado privado individual de passageiros por motocicleta não se confunde com o mototáxi, que exige licenciamento específico. Para operar em Belo Horizonte, os motociclistas deverão possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH), seguro de acidentes pessoais e utilizar capacete homologado.

As motos precisam estar regularizadas, possuir Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) válido e atender aos requisitos da autoridade de trânsito.

Além disso, as empresas de aplicação deverão fiscalizar o cumprimento das normas de segurança, disponibilizar sistemas de rastreamento e monitoramento de velocidade e oferecer treinamentos periódicos sobre condução defensiva e responsabilidade no transporte de passageiros.

Impacto econômico e segurança

A justificativa do PL menciona experiências de sucesso em outras cidades. No Rio de Janeiro, estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indicam que uma regulamentação do serviço gerou um aumento de R$ 205 milhões na renda das famílias, arrecadou mais de R$ 46 milhões em impostos e criou mais de 6 mil empregos. No Brasil, a modalidade já injetou R$ 5 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB), gerou 114 mil empregos e arrecadou R$ 461 milhões em tributos.

Sobre possíveis impactos na segurança viária, Almeida argumenta que não há evidências estatísticas de que o transporte por motocicletas via aplicativo aumenta os índices de acidentes de trânsito.

Ao emitir parecer favorável ao PL 19/2025, o vereador Vile (PL) citou o artigo 170 da Constituição Federal, que garante o livre exercício de atividades econômicas, salvo nos casos previstos na lei. Para ele, a regulamentação trará maior segurança aos trabalhadores e garantirá sua atividade no município.

O projeto agora será analisado pelas Comissões de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços; Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana; e Orçamento e Finanças Públicas. Caso aprovado no Plenário com pelo menos 21 votos específicos, seguirá para as próximas etapas de tramitação.

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Fonte: Balcão News

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