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Cataratas congênitas: quando a cirurgia é necessária

(Dr. Leonardo Coelho Gontijo, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais, especialista em córnea, catarata e cirurgia refrativa)

Estima-se que as cataratas congênitas sejam responsáveis por 5 a 20% dos casos de cegueira em crianças em todo o mundo. A doença afeta, em média, 3 em cada 10 mil recém-nascidos, contudo esses números não consideram as cataratas visualmente insignificantes, ou seja, aquelas que não precisam ser operadas e não levam à perda visual.

As cataratas podem ser unilaterais ou bilaterais, variam muito em tamanho, morfologia e grau de opacificação – desde um pequeno ponto branco na cápsula anterior até a opacificação total do cristalino. Consequentemente, o efeito na visão, curso do tratamento e prognóstico também podem ser amplamente variáveis.

A maioria das cataratas congênitas não têm uma causa identificável, especialmente nos casos unilaterais, embora não se possa excluir a possibilidade de uma doença sistêmica associada. Já quando são bilaterais, podem estar correlacionadas com mutação genética – a causa mais comum –, associações sistêmicas, que incluem distúrbios metabólicos como galactosemia, doença de Wilson e diabetes, como também podem fazer parte do espectro de várias síndromes, sendo a mais comum a trissomia 21.

Outras possíveis causas da catarata congênita são infecções intrauterinas, incluindo rubéola, herpes simplex, toxoplasmose, varicela e sífilis. Independentemente da etiologia, as cataratas visualmente significativas, ou seja, que podem comprometer a função visual, exigem um tratamento imediato para permitir o desenvolvimento adequado da visão.

A abordagem terapêutica é primeiramente cirúrgica, e deve ser conduzida com celeridade para possibilitar o seguinte passo, que é o tratamento clínico. Isso porque o olho com catarata significativa fica desprovido de estímulo luminoso, limitando o seu desenvolvimento. Por isso, após o ato cirúrgico deve ser realizado um acompanhamento clínico para garantir a estimulação visual adequada, com uso de tampão e óculos, permitindo o desenvolvimento do olho afetado.

Dr. Leonardo Coelho Gontijo

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(Dr. Leonardo Coelho Gontijo, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais, especialista em córnea, catarata e cirurgia refrativa).

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Fonte: Balcão News

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