Artesãos da Feira Hippie pedem mais segurança
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Com mais de 50 anos de atuação em Belo Horizonte, a Feira de Artes e Artesanato da Afonso Pena, conhecida como Feira Hippie, enfrenta problemas de segurança, limpeza e administração.
Essas e outras reivindicações dos feirantes foram tratadas em audiência pública da Comissão de Administração Pública na última quarta-feira
O encontro teve o objetivo de promover o diálogo e o debate entre os expositores e a Prefeitura, que não enviou representantes. Os participantes discutiram propostas comuns, como o aumento de postos de segurança, instalação de mais lixeiras e redução do valor das multas, e do setor de alimentação, que pede a extensão da duração da feira de 14h para 15h. O vereador Irlan Melo, que solicitou a audiência disse disse que irá encaminhar as reivindicações à Prefeitura e promover uma nova reunião sobre o tema, desta vez convocando os gestores; e propôs que algumas das ações solicitadas sejam feitas através de emendas impositivas.
Ele lamentou a ausência dos representantes das secretarias municipais de Governo, Política Urbana e Segurança e Prevenção; subsecretaria de Regulação Urbana; Superintendência de Limpeza Urbana (SLU); Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur); e Coordenadoria de Atendimento Regional Centro-Sul, além da gerência da Feira, afirmando que cada setor convidado se relaciona com algum aspecto dos temas tratados. “Vamos fazer a audiência e deixar bem claro o desrespeito da Prefeitura com essa Casa e os feirantes. Não dá para sentar e conversar? Vamos convocá-los na próxima reunião”, anunciou.
O vereador enfatizou, ainda, o papel do Legislativo de fiscalizar o Executivo, propondo melhorias e corrigindo caminhos.
Membros da Comissão de Administração Pública, Cláudio do Mundo Novo (PL) e Wilsinho da Tabu (Pode) reforçaram a importância da Feira Hippie para a cidade e se colocaram à disposição dos participantes para contribuir no que for necessário. Wilsinho da Tabu também lamentou a ausência de representantes do Executivo, ressaltando a importância do debate entre as partes envolvidas. Cleuza Soares e Rosalee Xavier, integrantes da Comissão Paritária da Feira Hippie, pontuaram que a maioria das questões trazidas à audiência já foram tratadas com a entidade, composta por seis membros do Executivo e seis expositores, e com as gerências pertinentes do Município.
Reivindicações:
Valorização e divulgação da Feira Hippie, reforço da limpeza do evento, diminuição de valores das multas aplicadas pela Fiscalização, que ultrapassam R$ 2.700 e impedem a renovação da permissão, e o aumento do número de banheiros químicos e acessíveis foram pontos em comum levantados pelos participantes. Eles também solicitaram o aumento dos pontos de luz disponibilizados para o evento, do número de fiscais na feira e da periodicidade do diálogo com a Câmara. O feirante Paulo pediu a instalação de mais bases da Polícia Militar ou da Guarda Municipal, considerando que a maioria dos comerciantes é idosa e tem dificuldade em fazer um Boletim de Ocorrência eletrônico.
Expositores também reivindicaram a ampliação do prazo de 60 dias de licença com substituição, em caso de doença comprovada, e que a permissão possa ser transferida para mais de um familiar, para os netos ou parentes de 2º grau. A integrante da Comissão Paritária explicou que pedidos de licença com prazo maior do que o permitido têm sido atendidos e que a legislação sobre o tema é vaga, podendo ser melhorada. Irlan Melo sugeriu que os feirantes peçam o apoio de todos os vereadores para aprimorar as condições das permissões, permitindo que sejam modificadas futuramente.
Representantes do setor de alimentos e bebidas, situado na esquina da Rua Espírito Santo com Avenida Afonso Pena, reivindicaram o aumento da duração da Feira das 14h para as 15h e se queixaram dos problemas causados por algumas pessoas em situação de rua, como sujeira no local onde são vendidos alimentos e importunação de feirantes e turistas, solicitando a presença da Secretaria Municipal de Assistência Social. “O local é insalubre. Não há condições de trabalhar em meio a fezes e moradores de rua agressivos”, alertou Vagner Lopes.
Feirantes de outros setores ponderaram que o ampliação do horário não é defendida por todos, e sugeriram uma parceria com a Belotur para promover a Feira da Afonso Pena, uma das maiores do Brasil, que não estaria recebendo a devida atenção do Município. Mateus sugeriu que o grupo focasse em prioridades de consenso, como segurança e limpeza, para depois focar nas reivindicações setoriais. Cida Buzetti, da Comissão Paritária, disse que a gerência da área está ciente da maior parte das demandas e solicitou a participação dos feirantes na construção do decreto que irá propor melhorias; Rosalee Xavier sugeriu que todos sejam consultados sobre a possibilidade de alteração do horário.
Foram apresentadas ainda reivindicações pontuais, como a disponibilização de um local para os expositores em um dia útil, a volta da Rádio Feira e o aumento do prazo da credencial de um para cinco anos.
Irlan Melo ressaltou que as emendas impositivas ao orçamento de 2025 podem assegurar recursos para a execução de medidas como o reforço na limpeza da Feira Hippie. O parlamentar anunciou que vai requerer outra audiência na Câmara, convocando os representantes da Prefeitura em vez de convidar. “Vocês são patrimônio da cidade e a Feira Hippie, que tem uma tradição de anos e anos, não está sendo bem tratada. Não é difícil nem caro resolver, mas é preciso um olhar especial para ela”, concluiu.