
Lula anuncia crédito imobiliário para classe média
Novo modelo amplia acesso à casa própria para famílias com renda acima de R$ 12 mil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta sexta-feira (10), um novo modelo de crédito imobiliário voltado à classe média.
A medida, apresentada durante o evento Incorpora 2025, em São Paulo, amplia a oferta de crédito habitacional e reestrutura o uso da poupança, beneficiando famílias com renda superior a R$ 12 mil.
Segundo Lula, o objetivo é atender um público que tradicionalmente ficava de fora dos programas de moradia do governo.
“Um trabalhador metalúrgico, um bancário, um químico, um gráfico, um professor… Essas pessoas não têm direito a comprar casa, porque não se enquadram nas faixas 1 e 2 do Minha Casa, Minha Vida”, disse o presidente.
O novo modelo busca contemplar quem deseja imóveis maiores e melhor localizados.
“O cidadão não quer uma casa de 40 metros quadrados, quer uma de 80. Ele quer morar perto de onde trabalha, de onde tem seus vínculos. O que nós vamos tentar fazer é respeitar a dignidade de morar onde a pessoa acha que é bom viver”, afirmou Lula.

Fim do depósito compulsório e mais crédito habitacional
Com a nova política, o total de recursos depositados nas cadernetas de poupança passará a ser integralmente direcionado ao setor habitacional, acabando com o depósito compulsório no Banco Central (BC). O valor máximo dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) também subirá de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
Atualmente, 65% dos recursos da poupança vão para o crédito imobiliário, 15% são liberados para operações mais rentáveis e 20% ficam retidos no BC. Com a mudança, a expectativa é que a Caixa Econômica Federal financie mais 80 mil novas moradias até 2026.
Reforço para o setor e impacto econômico
O governo aposta que a medida vai estimular o mercado imobiliário e ampliar as oportunidades de acesso à casa própria. Em 2023 e 2024, as retiradas líquidas da poupança somaram R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente. Em 2025, o saldo negativo já chega a R$ 78,5 bilhões, reflexo dos juros elevados da taxa Selic, que favorecem outros investimentos.
Com o novo modelo, o Planalto espera recuperar o fôlego do crédito habitacional e incluir um público que vinha sendo esquecido nas políticas de moradia.
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Fonte: Balcão News