PF procura ex-diretores do grupo Americanas incluídos na lista da Interpol
Dois ex-diretores do grupo Americanas investigados pela Operação Disclosure da Polícia Federal (PF) foram incluídos na lista de Difusão Vermelha da Interpol.
A PF informou que esses indivíduos estão foragidos no exterior e, com a inclusão na lista, as polícias de outros países serão notificadas de que eles são procurados no Brasil e poderão detê-los.
Os nomes dos ex-diretores não foram divulgados pela PF, mas eles são acusados de participação em fraudes contábeis que totalizam R$ 25,3 bilhões. Além dos mandados de prisão preventiva, a PF está cumprindo 15 mandados de busca e apreensão e o sequestro de bens e valores, totalizando mais de R$ 500 milhões.
As investigações contaram com a colaboração da atual diretoria do grupo Americanas, do Ministério Público Federal (MPF) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com a PF, os ex-diretores praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, onde a varejista antecipava o pagamento a fornecedores por meio de empréstimos junto aos bancos, e fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), contabilizando VPCs inexistentes.
O grupo Americanas afirmou, por meio de nota, que confia nas autoridades investigativas e reforçou que foi vítima de uma fraude de resultados perpetrada pela antiga diretoria.
A empresa ressaltou que os ex-diretores manipularam os controles internos e espera que a Justiça responsabilize todos os envolvidos.
O MPF formalizou um acordo de colaboração premiada com dirigentes da empresa que decidiram colaborar com as investigações. Além disso, houve uma cooperação intensa com um comitê externo formado pela empresa para apurar as fraudes.
Em junho de 2023, a empresa comunicou oficialmente ao mercado a descoberta de inconsistências nas demonstrações financeiras, confirmando a existência da fraude contábil.