Consumo de famílias da capital cai em julho
O Índice de Confiança das Famílias (ICF) de Belo Horizonte registrou uma queda de 3,2 pontos percentuais em julho, caindo de 96,9 pontos em junho para 93,7 pontos, ficando abaixo dos 100 pontos, o que indica insatisfação.
O índice de segurança quanto ao emprego atual mostrou uma redução de 5,1 pontos em relação a junho, mas ainda se manteve positivo aos 125,5 pontos.
Para 39,1% das famílias, o nível de segurança quanto ao emprego aumentou em julho, enquanto 48,1% apontam para o mesmo nível de segurança que tinham em 2023.
A expectativa de melhoria profissional nos próximos seis meses é positiva para 47,8% dos entrevistados e negativa para 44,3%.
Houve uma redução de 5,0 pontos percentuais na expectativa positiva em relação a junho e uma queda de 39,6 pontos em comparação com o ano passado.
Famílias com renda acima de 10 salários-mínimos têm uma expectativa de melhoria profissional de 59,1%, enquanto 46,3% das famílias com renda abaixo desse patamar não esperam melhorias.
Renda e consumo
52,3% dos entrevistados avaliaram que sua renda atual é igual à de 2023, enquanto 25,3% disseram que a renda da família melhorou. O indicador de renda está em 102,9 pontos, 5,5 pontos abaixo de maio.
Em julho, 39,4% dos entrevistados encontraram mais dificuldade em obter crédito, reduzindo o indicador em 4,0 pontos percentuais em comparação com maio.
51,6% das famílias que ganham menos de 10 salários compraram menos em julho, enquanto para famílias acima dessa faixa de renda, esse percentual foi de 35,8%.
O indicador geral de consumo subiu de 73,6 pontos em junho para 75,2 pontos em julho, mas ainda permanece abaixo dos 100 pontos.
Apesar da queda de 5,9 pontos, o indicador da perspectiva de consumo se mantém satisfatório com 104,1 pontos. Para 32,6% dos entrevistados, o consumo será maior nos próximos meses em comparação ao segundo semestre de 2023.
69,0% dos entrevistados consideram que o momento não é bom para adquirir bens duráveis, embora o indicador tenha subido de 57,6 pontos em junho para 59,7 pontos em julho, ficando 21,3 pontos acima do mesmo período de 2023.
Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, explica que a percepção negativa em relação à situação profissional pode ser atribuída à desaceleração no mercado de trabalho. Os dados do CAGED mostram uma redução no saldo de empregos gerados, o que contribui para a estabilização dos salários e menor demanda por novos trabalhadores.
Além disso, as altas taxas de juros e o cenário inflacionário incerto afetam diretamente a perspectiva de consumo das famílias, principalmente para bens duráveis que dependem de crédito.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) é a responsável por coletar e analisar os dados do ICF, proporcionando uma visão detalhada sobre a confiança das famílias e as tendências econômicas na região.
Fonte: Balcão News