Mônaco é aqui – balcaonews

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João Henrique Café(*)

Na canção, ao dizer o Haiti é aqui o poeta comparou os males do Brasil com os do Haiti, destacando que a pobreza que grassa lá, grassa também aqui.

Faço o mesmo, mas ao contrário. Com olhos no evento de Stock Car aqui na nossa cidade, ouso comparar Mônaco, Principado elegante, rico e exuberante, com a nossa querida Belo Horizonte… que, a despeito das enormes distinções, poderá vir a ser (e será) algo, em algum ponto, comparável àquele Reino Encantado.

De fato, depois de ouvir os órgãos regulatórios municipais e estaduais, a PMBH firmou contrato para realizar no entorno do Mineirão cinco provas anuais de Stock Car, a 1ª. em Agosto próximo. Os empreendedores firmaram Termo de Compromisso com o MPE visando a obtenção das licenças e autorizações necessárias, com avaliação dos impactos e indicação das medidas mitigadoras.

A despeito disso, a questão foi judicializada perante o TJMG, que já suspendeu o processamento das ações, e agora, também perante o TRF6, cujas liminares agitadas para impedir a realização do evento vêm sendo, ao nosso ver, corretamente negadas.

Os empresários de Belo Horizonte representados pela ACMinas, certos dos enormes benefícios correlatos vêm atuando como amicus curiae nos processos, pugnando fortemente pela realização do evento.

Afinal, com menos de trinta dias para a corrida, iniciada a venda de ingressos, havido gastos com obras, firmada contratação de empresas e pessoas, foi criada nos envolvidos legítima expectativa de funcionamento, com o natural incremento das vendas (hotéis, restaurantes, transporte, turismo etc.) em seus negócios.

Desnecessário ser expert para ver o positivo impacto que o evento trará à cidade, a gerar extraordinária fonte de entretenimento à população, com repercussão nas cidades vizinhas e até nas históricas.
A Pampulha ficará no epicentro do automobilismo, ganhando notoriedade com cobertura da mídia em mais de cento e cinquenta países, fonte potencial de novos negócios para BH.

Com a vocação plural nos clubes e parques, nos shows artísticos/musicais, no futebol, na Volta Internacional e nas obras de arte, a Pampulha já foi palco de provas no entorno do Mineirão. Ali correram pilotos como Toninho da Mata, Emerson e Wilsinho Fittipaldi, Nelson Piquet, Boris, Eduardo Cunha e outros ícones do automobilismo mundial. No ponto, a história fala por si e desmente a onda de que o lugar não seria próprio.

Nem há melhor local que a Pampulha. Nela, Niemeyer, impulsionado por JK, deixou sua marca arquitetônica, referência mundial com a Igrejinha, o Museu, a Casa do Baile e o Iate, além dos jardins de Burle Marx, a pintura de Portinari e as esculturas de Ceschiatti, Zamoiski e José Pedrosa, que emblemam o cartão postal da nossa cidade.

Com as corridas, a Pampulha ganha ainda mais notoriedade. Estima-se que o evento crie 2.000 empregos diretos e gere 200 milhões em faturamentos e isso, convenhamos, não é pouco.

Eventuais detratores dessa ideia, com questões pontuais de atenuação sonora, de replante de árvores e outras, todas contornáveis, sem o perceber, estão prestando um desfavor à cidade, como quem afugenta receitas, afasta o progresso e renega o empreendedorismo.

Para nós da ACMinas, o esforço é para expandir as atividades empresariais, gerar empregos e renda a toda gente. A Stock Car entre nós faz parte desse esforço para internacionalizar BH e fazer dela uma das principais capitais do mundo.

Eventuais incômodos devem ser mitigados para serem absorvidos, até porque transitórios como os dos shows, do futebol e outros eventos.

Mônaco convive com incômodos quando recebe as corridas de F1. As “baratinhas” invadem a cidade e passam zunindo na beira das janelas de reis e poderosos, o trânsito local se altera, há até uma certa desordem, com aglomerações e barulho. Mas, e os benefícios? A renda com vendas, turismo, gastronomia, hotelaria, não cabe aqui mensurar, é imensa. O evento é uma celebração do esporte. Pergunte ao cidadão local se ele quer dar fim às corridas. Ninguém cogita disso, por óbvio.

Nesse agosto, pensemos grande, pensemos longe, pensemos bem: Mônaco é aqui.

João Henrique Café

(*) – advogado, Vice-Presidente da ACMinas.

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Fonte: Balcão News

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