Sigma Lithium reforça cooperação tecnológica com Chile na indústria do lítio durante comitiva presidencial – Balcao News – Notícias de BH
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Segundo Ana, a combinação de baixos custos de produção e elevados padrões de sustentabilidade e proteção aos direitos dos trabalhadores coloca os dois países em posição de protagonismo no cenário internacional.
Complementaridade das operações de lítio no Brasil e Chile
Durante o Fórum Empresarial Chile-Brasil, promovido pela ApexBrasil em Santiago, Ana Cabral ressaltou que as operações de lítio no Brasil e no Chile são complementares. Enquanto o Brasil, assim como a Austrália, se concentra na industrialização do lítio pré-químico a partir de minerais de rocha, o Chile o faz a partir de lagos de salmoura. “Essa complementaridade naturalmente promove uma troca de conhecimentos, já que cada país possui uma especialização distinta na produção do lítio pré-químico”, explicou a executiva. A cooperação tecnológica, portanto, envolveria o livre comércio de equipamentos industriais para a produção de lítio entre as duas nações.
Eficiência e sustentabilidade na produção de lítio
A CEO da Sigma Lithium também enfatizou a eficiência da indústria de lítio nos dois países, que operam com padrões globais de produção a baixo custo, alinhados com as melhores práticas sociais, sem o uso de trabalho infantil ou violações de direitos humanos. A chilena SQM, maior produtora de lítio do mundo, ocupa a liderança no ranking global de menores custos de produção, enquanto a Sigma está em terceiro lugar.
Baixa emissão de carbono e inovação tecnológica
Outro ponto de destaque é a baixa emissão de carbono na produção de lítio em ambos os países. O Chile possui uma longa tradição na engenharia de plantas químicas industriais de lítio, enquanto o Brasil, com a Sigma, iniciou a produção em larga escala mais recentemente, em 2023, já adotando tecnologias “cleantech” de ponta.
Tecnologia “greentech” da Sigma Lithium no Brasil
Ana Cabral detalhou o processo produtivo da Sigma, que transformou o Brasil em um concorrente de peso no setor, ao desenvolver uma tecnologia “greentech” inovadora. “Nossa tecnologia elimina a necessidade de barragens de rejeitos, reutiliza água, realiza a separação e o beneficiamento do lítio sem o uso de químicos tóxicos. A planta mais moderna do mundo para a produção de lítio está no Brasil, no Vale do Jequitinhonha, uma região historicamente carente”, afirmou.
Certificados de origem e produção sustentável
Além disso, Ana destacou a importância de se criar certificados de origem para o lítio, garantindo a produção de baixo carbono e rastreabilidade social, seguindo exemplos como os dos “diamantes de sangue” em 2002 e dos “minerais de sangue” em 2015. “Brasil e Chile produzem o lítio com o menor carbono do mundo. Somos imbatíveis”, concluiu.
Presidente Lula reforça importância da industrialização
Durante o evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a importância das commodities minerais para as economias brasileira e chilena, defendendo uma produção com maior valor agregado e investimentos tecnológicos. Segundo ele, Brasil e Chile estão bem posicionados para liderar a industrialização da transição energética na América Latina. “Somos os dois países mais inovadores da região. Associar a riqueza mineral a sólidos investimentos em ciência e tecnologia será crucial para uma transição energética justa”, disse Lula.
Fórum Empresarial Chile-Brasil e acordos bilaterais
O Fórum Empresarial Chile-Brasil contou com a presença de mais de 200 empresários dos dois países e a comitiva presidencial brasileira, composta por 14 ministros. No encontro, foram assinados 19 acordos bilaterais, abordando temas como agricultura, combate às mudanças climáticas, turismo e redução das desigualdades. “Com um bom diálogo político, o comércio e os investimentos florescem, gerando renda, emprego e inovação”, destacou o presidente Lula.
Fortalecimento da cooperação na área de mineração
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também participou do evento, defendendo o fortalecimento da cooperação entre Brasil e Chile na troca de conhecimentos e ampliação da cadeia de produção de lítio. Por sua vez, a ministra da Mineração do Chile, Aurora Williams, afirmou que a parceria é essencial para o compartilhamento de boas práticas e para promover a sustentabilidade na indústria de minerais críticos.
Desafios geopolíticos e a importância de políticas públicas
Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), ressaltou que a indústria de mineração enfrenta desafios geopolíticos significativos, e que políticas públicas eficazes são necessárias para lidar com esses desafios. Ele propôs a formação de uma mesa de discussões entre Brasil e Chile, para aproveitar o impulso gerado pelo Fórum da ApexBrasil e fortalecer ainda mais a cooperação entre os dois países no setor de mineração.
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Fonte: Balcão News